terça-feira, 18 de maio de 2010

* Apnéia 2*

arte : Dog woman
by : Paula Rego

Veja
que já não respiro
artérias latejam
pulmões arpejam

Veja
que me sufoca
o grito contido
o lamento banido

Veja
que me embrulha
o estômago pesado
o querer engasgado

Veja
que meu riso
é como o grafite do céu
me remove o friso
quero estar ao léu

A lua
no firmamento ascendeu
e como quem desdenha
não me olhou nos olhos
ficou prenha
fingiu que adoeceu
mingou até arrefecer
solitária... feneceu


Úrsula Avner

2 comentários:

  1. Gostaria de entender um pouco de poesia. O que os poetas dizem com palavras metafóricas. Assim como uma tela com tintas apenas espalhadas.

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  2. Meu caro Machado, a poesia tem a interpretação que você der a ela e quem escreve nem sempre sabe defini-la... Um abraço e obrigada pelo carinho.

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