
by : Mel Gama
não posso calar minha voz
minha veia poética
meus pássaros livres e meus nós
tudo em mim é poesia
ou quase
rima pulsante
óleo fresco sobre a cabeça pensante
preciso da poesia para bradar
o que eu aprendi a calar
o que o inconsciente insiste em não arejar
reivindico a poesia para vociferar
o que não me foi permitido falar
para silenciar ou reformular
o que foi dito sem pensar
e dar outro contorno
ao que feriu por dentro
tornou o cálido amor
um sentimento morno
calejou a alma e os ossos
mutilou sonhos meus
planos nossos
preciso da poesia
para não adoecer
faço dela meu canto
até morrer
Úrsula Avner