Amanhece. O silêncio ferido de morte agoniza. Sons do cotidiano em brado forte
irrompem das ruas. A quietude expira. Pássaros entoam seu canto matinal. Portas
batem , janelas se abrem. Deita-se o sol sorrateiramente sobre casas e asfaltos.
Ouve-se suspiros profundos e altos. O vento tremula entre as folhas das árvores.
Varre das ruas as sobras da noite ; agita a cabeleira crespa dos mares.
Passos agitados, gente correndo, máquinas em funcionamento.
Risos, prantos, lamento... A noite se desfazendo.
Amanhece. O dia exala seu cinzento odor. Uma formiga apressada carrega uma folha. Inaugura seu rotineiro e áspero labor.
Úrsula Avner
arte : Patricia Van Lubeck
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Gostei do seu poema, excelente.
ResponderExcluirQuerida amiga, bom fim de semana.
Beijos.
Ninguém aprisiona o espírito de um homem livre.
ResponderExcluirAprendi com as primaveras a me deixar cortar,
para poder voltar sempre inteira.
=Cecília Meireles=
um beijo querida!