partiste lépido sem despedida do meu regaço fugiste deixaste-me solitário e triste gotejando a dor da partida
quisera aninhar-te em meu colo afagá-lo em minhas mãos só mais um instante contemplar o silêncio de tuas asas o pulsar do teu coração sentir tua respiração arfante
invejo tua liberdade que em mostrar-me insiste o quanto sou chão
em mim subsiste a lembrança da tua canção serena e incisiva abaulando no peito segredos inescrutáveis da vida
quando olhei não vi porque não me importei poque não me importei quando olhei não vi não vi porque não me importei quando olhei olhei não vi não me importei não vi não me importei vi não me importei
tela : Frida Kahlo um rio seco atravessa a garganta o não dito o mal dito escoam no suor da testa vincada na espinha que abre a face no pisca-pisca dos olhos mar.ejados arejados de mar de uma água salgada e fria de uma dor que não se sabia
Alguém que se descobre a cada dia. Busco refletir sobre mim mesma e o mundo que me circunda, retratando no que escrevo aquilo que sinto, observo, penso e/ou simplesmente invento. Amo a poesia e escrevo para adultos e crianças.