sexta-feira, 25 de junho de 2010

* Pulsante veia poética *

arte : Curiosity
by : Mel Gama

não posso calar minha voz
minha veia poética
meus pássaros livres e meus nós
tudo em mim é poesia
ou quase
rima pulsante
óleo fresco sobre a cabeça pensante

preciso da poesia para bradar
o que eu aprendi a calar
o que o inconsciente insiste em não arejar
reivindico a poesia para vociferar
o que não me foi permitido falar

para silenciar ou reformular
o que foi dito sem pensar
e dar outro contorno
ao que feriu por dentro
tornou o cálido amor
um sentimento morno
calejou a alma e os ossos
mutilou sonhos meus
planos nossos

preciso da poesia
para não adoecer
faço dela meu canto
até morrer

Úrsula Avner

sábado, 19 de junho de 2010

* Behind the door *






behind the door

so many secrets

so many feelings

so many wishes

my heart is sleeping

dreams are real

so many ashes

some fishes


atrás da porta

tantos segredos

tantos sentimentos

tantos desejos

meu coração dorme

sonhos são reais

muitas cinzas

alguns peixes


Úrsula Avner


* escrevi esse poema em inglês há algum tempo atrás e hoje resolvi postá-lo. Um abraço de agradecimento a todos que me visitam !

domingo, 13 de junho de 2010

* O que tu observas ?

Se pensas que o choro da rosa é argumento frágil,
então cuidas de decifrar seu lamento.

Úrsula Avner

sexta-feira, 11 de junho de 2010

* Poetrix *




como esponja

a poesia me absorve

fórceps ás avessas


Úrsula Avner



* imagem do google sem informação de autoria

quarta-feira, 9 de junho de 2010

* Te quero *




poesia por que te quero tanto ?

És para mim algo quase santo

deleite e encanto


te quero desencapada

ou sob o veludo do manto

te espero num encontro marcado

ou te recebo espanto


te quero riso

te quero pranto

te quero imensamente

portanto


Úrsula Avner
* imagem do google

domingo, 6 de junho de 2010

* Lucidez*

arte : Patricia Van Lubeck


Há em cada jardim
um sonho aberto
que flores ainda
não desvendaram

Há nos corações
teias de mistérios
que talvez nunca
sejam propalados

Nos cantos vazios
medos contidos
becos sombrios

Há em cada vida
um vidro partido

Úrsula Avner

quinta-feira, 3 de junho de 2010

* Mais um cotidiano*

Amanhece. O silêncio ferido de morte agoniza. Sons do cotidiano em brado forte
irrompem das ruas. A quietude expira. Pássaros entoam seu canto matinal. Portas
batem , janelas se abrem. Deita-se o sol sorrateiramente sobre casas e asfaltos.
Ouve-se suspiros profundos e altos. O vento tremula entre as folhas das árvores.
Varre das ruas as sobras da noite ; agita a cabeleira crespa dos mares.
Passos agitados, gente correndo, máquinas em funcionamento.
Risos, prantos, lamento... A noite se desfazendo.
Amanhece. O dia exala seu cinzento odor. Uma formiga apressada carrega uma folha. Inaugura seu rotineiro e áspero labor.

Úrsula Avner
arte : Patricia Van Lubeck